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Origem Histórica

Ázere é uma povoação muito antiga e quando da invasão da península por alguns povos nórdicos e germânicos, alguns fixaram-se por cá, como são o caso dos Celtas que, se unindo aos Iberos, formaram um só povo que se denominou os Celtiberos e os Suevos que se fixaram entre a Galiza e o sul do Rio Douro, fundando o reino Suevo e tinha como capital a cidade de Braga. Era seu chefe o Rei Wamba e Ázere esteve sob o seu domínio com o nome de Azzmira.

Mais tarde os Celtas ficaram pelo Minho e os Iberos deslocaram-se para Leste, e Ázere ficou sob o domínio dos Lusitanos.

Vivia nas serranias donde descia para combater outros povos e sobreviverem. Dedicavam-se à pastorícia que não só lhes dava carne, como também o leite, com que se alimentavam. No entanto, Ázere sobrevivia apesar de todas essas lutas entre os povos, com o nome da bela Azzmira, que segundo crónicas de então, era uma bela princesa nórdica.

Ainda passaram pela cidade de Azzmira vários povos e entre eles os cartagineses, povo originário da cidade de Cartago, fundada pelos fenícios, um grande povo de navegadores e que ficava no norte de África.

Roma, já um império poderoso, considerava todos os povos que os rodeavam de bárbaros, espreitava a ocasião propícia para invadir a Península, o que veio a acontecer quando o general Amílcar era ser governador. Repelidos e vencidos nas primeiras batalhas pelos generais Aníbal e Asdrúbal, filho e genro do governador Amílcar, não desistiram continuando a luta pela posse da grande Hespanha como então se chamava, acabando por vencer aqueles generais na batalha de Zama.

Dominada a Península (não totalmente, note-se), foram atacar a cidade de Cartago, destruindo-a completamente, fazendo do povo sobrevivente, seus escravos. O vencedor foi o general Cornélio Cipião, que cognominou de Cipião o Africano.

Mas a pacificação da Península não foi imediata nem fácil para os Romanos. Submeteram a maioria dos povos, mas quando chegou a vez dos Lusitanos, os Romanos foram sempre derrotados.

Viriato, pastor nos Montes Hermínios, nome que se dava às Serras da estrela e na generalidade a todas as Serras da Beira Alta, eleito chefe dos Lusitanos, foi o herói que levou o seu povo a consecutivas vitórias sobre os exércitos de Roma e estes tiveram que recorrer aos mais vis ardis para vencer os intrépidos homens comandados por Viriato, comprando alguns dos seus companheiros para o assassinarem.

De facto, certa noite, enquanto Viriato repousava, o seu lugar-tenente de nome Perpena, assassinou-o traiçoeiramente.

Os Lusitanos, sem chefe, ainda tentaram a resistência, mas acabaram por serem vencidos. Entretanto apareceu um grande general e tribuno romano de nome Sertório, fugido de Roma por rivalidades e ódios em que os romanos eram mestres e colocou-se à frente dos Lusitanos, organizou as suas hostes e foi para a luta, saindo sempre vitorioso, até que, com mais uma traição, acabou por ser assassinado.

Só assim os Romanos conseguiram submeter esse povo heróico.

Começou por se romanizar a Península e Ázere, que até ali tinha o nome de Azzmira, passou a ter o nome de Azzmina, por existirem umas minas de ouro, que os romanos exploravam, para com o precioso metal cunharem moedas.

Dois séculos depois, quando Alarico, então chefe dos Bárbaros, oriundos da Germânia, invadiram Roma, impondo a sua lei, na própria balança, onde se pesava o tributo a pagar ao vencedor, Alarico não satisfeito, colocou sobre a balança a sua espada e proferiu “Ai dos vencidos!”. Ocupou a grande Hespanha e fundaram um reino “O Reino dos Godos”. Um reino que durou apenas um século. Teve como primeiro rei eleito pelo povo Vitiza e após a sua morte o trono foi disputado entre os grandes nobres e os nobres mais baixos, a quem chamavam gardingos, acabando por elegerem Ruderico, depois de este ter vencido todos os outros pretendentes.

Era um povo de certo modo heterogéneo, pois acabaram por dominar não só os Lusitanos, como os que restavam dos celtas suevos e iberos. Porém os Lusitanos foram sempre tratados com mais respeito. Um povo a que chamavam de rudes serranos, por serem bravos e constituírem os melhores soldados das suas hostes.

Tinham como capital a cidade de Toletum (Toledo) e o rei Ruderico descansava confiante que de momento não tinha inimigos. Mas eles espreitavam, e no momento propício apareceram. Os partidários dos filhos de Vitiza, acusavam Ruderico de ter usurpado o trono e começaram a trabalhar na sombra, enquanto do outro lado os árabes e mouros espreitavam a oportunidade de invadir o território godo e para isso tinham como aliados o Conde de Septum (Ceuta), o Bispo de Hispalis (Sevilha) e os próprios filhos do antigo rei Vitiza.

Enquanto isto, os nobres godos entretinham-se em orgias e festas nos salões do palácio real e Toletum, com as belas escravas de ombros nus, sem pensarem no perigo que os espreitava.

E o facto deu-se. No sul de Hespanha num monte a que deram o nome do comandante dos exércitos sarracenos, Tárik, passando-se a chamar Djebel (monte na língua árabe) e Tárik, o homem que comandava os exércitos invasores (Djebeltárik) e com o aperfeiçoamento da língua deu Gibraltar.

Era então governador do Magrebe o xeque Mussa e deu o comando dos exércitos ao seu liberto Tárik, de origem judaica e escravo daquele governador que o libertou e lhe deu carta de alforria, por se mostrar extremamente inteligente e ter abraçado o islamismo.

O vulcão árabe avançou e sempre vitorioso até à margem do rio Guadalete, onde Ruderico lhe deu a batalha. Estava um dia de calor intenso e o combate deu-se com violência, era o crescente contra a cruz, o alfange contra a Frankiste e quando tudo indicava que os Godos iam vencer, eis que as hostes do Bispo de Hispalis e os filhos de Vitiza bem como as do conde de Septum, passam-se para o lado do inimigo. Foi então que os infiéis já dominados, redobraram de esforços e acabaram por vencer a batalha e conquistar a Península.

Entretanto Mussa era chamado a Bagdad pelo príncipe dos crentes, afim de prestar contas dos espólios das batalhas, pois talvez um tanto ciumento pelos êxitos do seu liberto, havia tomado o comando dos seus exércitos.

A caminhada árabe ia prosseguindo e Mussa cumprindo a imposição do seu chefe, entregou o comando das suas forças a seus filhos, dos quais 2 filhos e 1 filha, esta de nome Azara. Foi viver com as suas escravas para uma povoação serrana e que se chamava Azzmira, depois Azzmina e a princesa passou a chamar-lhe a povoação de Azara ou Asise, o que significa princesa estimada.

Os árabes nunca conseguiram dominar totalmente a terra cristã, as lutas eram constantes e um belo dia apareceu um cavaleiro cristão que aprisionou Azara. Todo o povo se levantou por ela, pois embora islâmica, tinha um coração bondoso e era amada pelo povo daquela terra. A sua beleza era resplandecente e o cavaleiro cristão apaixonou-se por ela. Um belo dia a Princesa resolveu abraçar o Cristianismo e no dia em que ia ser baptizada, uma peste maligna vitimou-a. O amor por vezes opera milagres, mas desta vez não se deu esse milagre e a bela Azara, tão chorada pelo povo só se uniu ao intrépido cavaleiro depois de morta.

O seu nome ficou para sempre nessa terra que a acolheu, amou a morreu. Seu nome perpetua nessa terra, que por uma questão de linguística deu “Ázere”.

Também, e segundo o testemunho dos antigos, há quem diga que o topónimo Ázere, provem duma árvore que havia nessa região e a que chamavam Azereira. Será? Ou será que esse espécime só existia em Ázere e por isso lhe foi atribuído o nome de Azereira? Não sabemos se ainda existe, mas na verdade junto à foz da ribeira existia em abundância.

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