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Património Religioso e Cultural

A Igreja de S. Mamede em Ázere começou a ser construída em 1368, portanto no século XIV; acabou por ruir. Foi reconstruída no século XVII e reformada no século XIX.

Hoje, vivem mais uma vez algumas obras de restauro.

De importante no templo de uma só nave, o altar-mor com rica talha dourada, talvez uma das mais ricas do concelho, de estilo barroco, dois altares laterais de construção recente, o Baptistério com a pia baptismal seiscentista. Os sinos têm a data de 1824 e 1886 e no interior da Igreja podem destacar-se as seguintes Imagens: S. Mamede, de madeira, de arte Manuelina e o Santos segura um bordão na mão esquerda; Nossa Senhora do Rosário, de pedra e estilo manuelino. Na frente principal, na janela por cima da porta principal e que dá para o coro, tem um valioso vitral com a imagem de S. Mamede, oferta recente dos emigrantes azerenses na América do Norte, por iniciativa do azerense José Alberto Inácio Tavares. No exterior, um recinto a que chamam o Adro, onde em tempos recuados se faziam as festas em honra dos Santos mais devotados pelo povo e a exposição dos produtos da terra, ou seja, pequenas feiras.

Além deste templo, pode-se admirar na sede da freguesia, mais duas capelas além de uma particular. Uma em honra de Santo António, implantada no antigo Largo Terreiro, hoje Largo Cunha Martins. Presume-se ser do século XVII e ter pertencido à Ordem de Malta, pelo menos a sua Cruz o indica. Outra no Largo do Rossio, em honra de Nossa Senhora da Paz, que segundo a voz do povo é do século XVI e uma outra, particular, no solar que foi do Dr. Urbano, o homem que ajudou a condenar João Brandão, por um crime que dizem estar inocente e que é dedicado a Santo Cristo.

Também nos lugares que fazem parte da Paróquia, o Espadanal com duas capelas: uma dedicada à Padroeira do Lugar, Nossa Senhora da Graça, de construção não muito antiga, e outra ao Santo Cristo, talvez mais antiga do que a primeira. Segundo o que se diz, estas capelas foram construídas no século XIX, e a primeira reformulada no século actual. Na Lageosa, há a capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição, construída sobre um penedo, no século XVII. Na Vila Seca, há a capela dedicada a Santo Amar, também muito antiga. Todos estes monumentos têm a sua história e as suas promessas que os penitentes em dias de festa procuram cumprir.

Na parte profana, Ázere tem um monumento de que se pode orgulhar “O Pelourinho”, com mais de dois séculos e que está implantado no Largo do mesmo nome (hoje, Largo de D. Afonso III, o Rei que deu o primeiro foral à Vila de Ázere).

O Pelourinho é constituído por uma base quadrada, com três degraus, com um pilar em granito trabalhado e as efígies dos Reis que lhe deram os forais e encimado com a Esfera Armilar, sinal de que Ázere é uma terra de marinheiros, pois de lá partiram muitos homens que sulcaram os mares e tomaram parte nas descobertas.

Ázere, desde a era de 500, que se tornou uma terra de marinheiros e estão neste caso, segundo as Crónicas de Eanes de Azurara (Crónicas da Guiné) e João de Barros nas décadas da Índia, o nome de três homens que foram os primeiros lançados na Costa de África, onde sobreviveram cerca de oito meses aprendendo a língua, os usos e costumes desses povo para nós inteiramente desconhecidos, sendo mais tarde recolhidos nas caravelas de Diogo Cão. Foram eles o António Machado, o António Madeira e João Fernandes Mendes.

Chamavam-se lançados porque eram homens aventureiros, que se ofereciam para as mais rudes tarefas e outros eram condenados à pena capital, e se sobreviviam, eram perdoados. Estes três homens viveram grandes aventuras no norte de África, onde imperava a religião Islâmica e necessitavam de muita coragem, perícia e habilidade para conseguir os seus intentos, obtendo informações que mais tarde foram preciosas para os navegadores portugueses.

De António Machado pouco se sabe, mas de João Fernandes Mendes e de António Madeira, sabe-se que o primeiro chegou a comandar caravelas e demandar a Costa de África, descobrindo terras e capturando negros, que depois eram vendidos como escravos. Já António Madeira foi um marinheiro ilustre. Tomou parte, como marinheiro, na descoberta do caminho marítimo para a Índia, na esquadra comandada por Vasco da Gama.

Mas além destes, outros houve de que a história e as crónicas não falam, por serem simples marinheiros, mas não deixaram de ter certa preponderância na profissão que escolheram.

Ázere teve até, e não há muito tempo, homens ilustres na Marinha, que saídos do povo, estudaram e foram dos mais valorosos oficiais e alguns até condecorados com a mais alta condecoração portuguesa “A Torre Espada”. Por isso, o monumento que é “O Pelourinho” tem que ser preservado, porque constitui o mais belo e representativo monumento da Freguesia de Ázere e só é pena que o trânsito se faça pelo seu largo, porquanto era muito mais belo fazer desse largo um verdadeiro jardim público, com lindas plantas de cheiro e canteiros devidamente tratados.

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